quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O Parque das Abadias na Figueira da Foz - Artigo de Opinião de Mário Reis no Diário As Beiras

O Parque das Abadias é uma demonstração de bom urbanismo, no respeito do ambiente e das pessoas. É um espaço muito agradável, sereno, procurado. Mas é mais do que isso. Surpreendentemente, ou talvez não, lá encontramos a figura do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles na sua génese. O parque foi pensado por Alberto Pessoa no âmbito da urbanização para fazer a ligação entre o Bairro Novo e o Bairro Velho, na primeira metade dos anos sessenta.

Não está exatamente como pensado pelos criadores mas continua a ser um exemplo claro de um pensamento integrado para o usufruto urbano. Primeiro, trata-se de um vale que, com qualquer chuvada, colhe água e a despeja transbordando a vala/ribeira central, e inundando durante umas horas. Pois, inundando. Mas, como não há estruturas que possam ser afetadas, casas, etc, não há problemas, não há tragédias. Os equipamentos e as habitações estão nas margens, mais altas. A ribeira não foi fechada e tapada.

Por isso não causa desmoronamentos. As inundações não são perigosas por si, só o são quando há habitações nas zonas de inundação (acho que o paralelismo com as habitações dispersas no meio de «floresta» sujeita a fogos não é rebuscado). Se não houver habitações, não há risco, a água sobe e, como o terreno não é impermeabilizado, desce facilmente, recarregando o nível freático, sem dramas, sem tragédias. E o espaço é, fora desses pares de horas anuais, utilizado para passear, para correr, para ler, dormir, piquenicar, falar, jogar, etc...

(Extratos de publicação que pode ler completa no Diário As Beiras online de hoje)

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