O Parque das Abadias na Figueira da Foz - Artigo de Opinião de Mário Reis no Diário As Beiras
O Parque das Abadias é uma demonstração de bom urbanismo, no respeito do ambiente e das pessoas. É um espaço muito agradável, sereno, procurado. Mas é mais do que isso. Surpreendentemente, ou talvez não, lá encontramos a figura do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles na sua génese. O parque foi pensado por Alberto Pessoa no âmbito da urbanização para fazer a ligação entre o Bairro Novo e o Bairro Velho, na primeira metade dos anos sessenta.
Não está exatamente como pensado pelos criadores mas continua a ser um exemplo claro de um pensamento integrado para o usufruto urbano. Primeiro, trata-se de um vale que, com qualquer chuvada, colhe água e a despeja transbordando a vala/ribeira central, e inundando durante umas horas. Pois, inundando. Mas, como não há estruturas que possam ser afetadas, casas, etc, não há problemas, não há tragédias. Os equipamentos e as habitações estão nas margens, mais altas. A ribeira não foi fechada e tapada.
Por isso não causa desmoronamentos. As inundações não são perigosas por si, só o são quando há habitações nas zonas de inundação (acho que o paralelismo com as habitações dispersas no meio de «floresta» sujeita a fogos não é rebuscado). Se não houver habitações, não há risco, a água sobe e, como o terreno não é impermeabilizado, desce facilmente, recarregando o nível freático, sem dramas, sem tragédias. E o espaço é, fora desses pares de horas anuais, utilizado para passear, para correr, para ler, dormir, piquenicar, falar, jogar, etc...
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