sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ah pois é!!

A história, contada por terceiros, é uma homenagem póstuma a Ernâni Lopes e à sua forma de avaliar criticamente o País, propondo soluções.
E narra-se assim: Há uns anos promoveu-se uma conferência que pretendia transformar a zona da Figueira da Foz num destino de sol e praia à escala europeia, talvez mundial. A tese, ambiciosa, contemplava um aeroporto internacional e remetia para um eixo geográfico mais alargado onde Fátima, por exemplo, seria um pólo de referência do turismo religioso. Já se imaginava a Figueira pejada de hotéis e de visitantes de múltiplas nacionalidades.
Na plateia, Ernâni Lopes levantava o braço e sacudia um dos dedos. Enquadrado naquela estratégia brilhante, o gesto do economista chamava à atenção, mais que não fosse pela sua excentricidade. E exigia uma explicação. Que foi dada. Ernâni Lopes terá dito qualquer coisa do género: '-Isso é tudo muito bonito mas estão a esquecer-se de um pormenor, a temperatura da água. Que é fria!...'
O sonho de uma Figueira da Foz com uma procura turística semelhante à do Algarve morreu por aí. Por esse factor essencial, a temperatura da água, que muitos terão negligenciado enquanto construíam castelos de areia.
E se assim se esfriou uma ideia que se havia esquecido do essencial - a sua exiquibilidade. (Jornal de Negócios – Celso Filipe)

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