"Eram cinco horas da tarde, menos três minutos, no relógio da “Torre do Relógio” da Figueira da Foz !
Foi já há quinze dias que uns quantos “políticos locais” – tenho a convicção que eles gostam de assim ser chamados e, creio também, que se acusam ao chamamento! – anunciaram publicamente irem diligenciar pela pacificação das relações entre a Naval 1.º de Maio e o Ginásio Clube Figueirense.
Para o efeito desafiaram também o presidente da edilidade e logo, célere, João Ataíde veio a terreiro dar pública nota de que já estava em campo para ir intermediar o restabelecimento das relações entre os dois clubes figueirenses.
Acontece que Aprígio Santos se não mostrou disponível para tal e a direcção do Ginásio “de Conrado guardou o prudente silêncio”!
Na aparência, nobres propósitos aqueles!
Digo na aparência, porque me pergunto onde estavam os agora candidatos pacificadores quando a querela começou e foi levada, por um dos clubes (a Naval), a pleito judicial contra o outro (o Ginásio)?
Digo na aparência, porque pergunto o que fizeram os agora candidatos pacificadores para evitar os pleitos judiciais e o que fizeram, depois, para os travar?
Digo na aparência, porque pergunto se do grupo dos agora candidatos pacificadores não faz parte, pelo menos, um membro dos órgãos sociais do clube (Naval) que demandou judicialmente o outro e obstaculizou assim o processo de construção da piscina (do Ginásio)?
Digo na aparência, porque pergunto se não teria sido, então sim!, profícua a intermediação se nos jantares da campanha de Sócrates, na Quinta das Lágrimas, se tivesse pressionado o fim da guerra judicial?
É que agora que a disputa judicial está, definitivamente!, dirimida (em favor do Ginásio), agora, repito, é fácil clamar pela pacificação.
É fácil, mas é inútil!
E, agora, é tarde para o aparecimento dos auto arvorados “quartos pastorinhos” que se esqueceram daqueles seus nobres propósitos, em tempo.
Continuavam a ser cinco horas da tarde, menos três minutos no relógio da “Torre do Relógio”!
Há uma semana uma meia dúzia de políticos locais – estes do PS com responsabilidades autárquicas e parlamentares – anunciaram, com pompa e circunstância, “um milhão de euros para o futuro Centro Escolar de S. Pedro”.
E deixaram-se fotografar em pose de Estado, porque com coisas sérias não se brinca.
Mas quem ler a notícia com atenção verificará que “o projecto poderá ser financiado pelas verbas do QREN até 85% do valor da obra”, sendo porém que:
– Não há projecto!
– Não há candidatura!
– Mas também não há terreno, porque está em estudo uma eventual permuta de terrenos!
– Mas também o terreno a ofertar em permuta integra o domínio público marítimo!
Cá está uma certa forma de fazer política – mera propaganda – desenvolvida pelos políticos que temos, uns indivíduos que cultivam algumas habilidades, constroem uns “enredos”, mas não foram preparados para enfrentar as dificuldades da realidade que os envolve e devora.
Talvez por isso, hoje, continuam a ser cinco horas da tarde, menos três minutos, no relógio da “Torre do Relógio”!"
Com a devida vénia = Do jornal "O Figueirense" de 6ª feira, 25 de fevereiro de 2011, editorial do diretor Joaquim Gil
Foi já há quinze dias que uns quantos “políticos locais” – tenho a convicção que eles gostam de assim ser chamados e, creio também, que se acusam ao chamamento! – anunciaram publicamente irem diligenciar pela pacificação das relações entre a Naval 1.º de Maio e o Ginásio Clube Figueirense.
Para o efeito desafiaram também o presidente da edilidade e logo, célere, João Ataíde veio a terreiro dar pública nota de que já estava em campo para ir intermediar o restabelecimento das relações entre os dois clubes figueirenses.
Acontece que Aprígio Santos se não mostrou disponível para tal e a direcção do Ginásio “de Conrado guardou o prudente silêncio”!
Na aparência, nobres propósitos aqueles!
Digo na aparência, porque me pergunto onde estavam os agora candidatos pacificadores quando a querela começou e foi levada, por um dos clubes (a Naval), a pleito judicial contra o outro (o Ginásio)?
Digo na aparência, porque pergunto o que fizeram os agora candidatos pacificadores para evitar os pleitos judiciais e o que fizeram, depois, para os travar?
Digo na aparência, porque pergunto se do grupo dos agora candidatos pacificadores não faz parte, pelo menos, um membro dos órgãos sociais do clube (Naval) que demandou judicialmente o outro e obstaculizou assim o processo de construção da piscina (do Ginásio)?
Digo na aparência, porque pergunto se não teria sido, então sim!, profícua a intermediação se nos jantares da campanha de Sócrates, na Quinta das Lágrimas, se tivesse pressionado o fim da guerra judicial?
É que agora que a disputa judicial está, definitivamente!, dirimida (em favor do Ginásio), agora, repito, é fácil clamar pela pacificação.
É fácil, mas é inútil!
E, agora, é tarde para o aparecimento dos auto arvorados “quartos pastorinhos” que se esqueceram daqueles seus nobres propósitos, em tempo.
Continuavam a ser cinco horas da tarde, menos três minutos no relógio da “Torre do Relógio”!
Há uma semana uma meia dúzia de políticos locais – estes do PS com responsabilidades autárquicas e parlamentares – anunciaram, com pompa e circunstância, “um milhão de euros para o futuro Centro Escolar de S. Pedro”.
E deixaram-se fotografar em pose de Estado, porque com coisas sérias não se brinca.
Mas quem ler a notícia com atenção verificará que “o projecto poderá ser financiado pelas verbas do QREN até 85% do valor da obra”, sendo porém que:
– Não há projecto!
– Não há candidatura!
– Mas também não há terreno, porque está em estudo uma eventual permuta de terrenos!
– Mas também o terreno a ofertar em permuta integra o domínio público marítimo!
Cá está uma certa forma de fazer política – mera propaganda – desenvolvida pelos políticos que temos, uns indivíduos que cultivam algumas habilidades, constroem uns “enredos”, mas não foram preparados para enfrentar as dificuldades da realidade que os envolve e devora.
Talvez por isso, hoje, continuam a ser cinco horas da tarde, menos três minutos, no relógio da “Torre do Relógio”!"
Com a devida vénia = Do jornal "O Figueirense" de 6ª feira, 25 de fevereiro de 2011, editorial do diretor Joaquim Gil
2 comentários:
Artigo oportuníssimo! Parabéns!
A.O.
Quem é o elemento passificador que faz parte da Naval?
Quem escreveu isto não é funcionário do Casino, logo também do Joaquim Sousa?
Enviar um comentário