quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Ficava com reforma do pai e deixava-o ao abandono em Quiaios = Tribunal de Coimbra anulou agora a pena suspensa e mandou a mulher 5 anos para a cadeia!

“Sendo a arguida licenciada em psicologia, não tendo mostrado qualquer arrependimento, não assumindo os atos que praticou e não revelando qualquer capacidade de autocrítica, não é possível qualquer juízo de prognose favorável à suspensão da execução da pena”. 

Quem o diz são os juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Coimbra que condenaram a cinco anos de prisão efetiva a mulher de 60 anos que durante vários anos deixou o seu pai ao abandono, sem sequer ter acesso à reforma que a arguida gastava em seu proveito pessoal.

(Após o falecimento da mãe, deixou o pai - que na altura tinha 86 anos e vários problemas de saúde - à sua sorte, sem comida, sem dinheiro, e por vezes sem eletricidade e gás na residência. Ao mesmo tempo gastava a pensão do progenitor, cerca de 700 anos mensais, em seu benefício, num total de cerca de 27 mil euros. Ainda contratou uma empregada a quem deixou logo de pagar...).

Julgada no Tribunal de Coimbra, a arguida foi condenada, em abril último, a uma pena suspensa de cinco anos mas o Ministério Público recorreu desta suspensão e viu o Tribunal da Relação de Coimbra concordar com esta posição fixando-lhe uma pena de prisão efetiva de cinco anos. “Não estamos perante um comportamento isolado, mas que durou anos, sendo de uma enorme ilicitude e revelando uma personalidade deformada, cruel e sem qualquer empatia pelo próximo”, escrevem os juízes desembargadores de uma decisão que ainda pode ser alvo de recurso para o Supremo Tribunal de Justiça...

(Ilustração nossa. Extrato de publicação que pode ler completa na edição impressa do Diário de Coimbra de hoje)

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