Manuel Serra, 80 anos quase feitos, saiu de casa, na Figueira da Foz, de manhã cedo e ainda o relógio não marcava as 11h15 de ontem quando foi mandado parar, na sua velha pick-up, com alguns sacos de carvão na caixa de carga em Baguim do Monte, Gondomar, a quase 150 quilómetros. Um agente da PSP perguntou-lhe, cordialmente, para onde ia. Não sabia. "-E de onde vem?", questiona o polícia: "-Figueira da Foz", responde.
"-Vendo carvão. A minha mulher está doente e de quarentena. Só lhe marcaram o teste para o vírus no dia 28. Se não vendo alguma coisa, morremos os dois à fome" disse ao JN, voz embargada e sem saber como foi ali ter. "-Vim sem destino. Vou parando aqui e ali para vender o carvão, pois está tudo fechado", diz, ingenuamente.
Ao virar da esquina, há fila à porta de um hipermercado. Quanto à declaração que atesta estar a trabalhar, justifica: "-A minha contabilista disse-me que eu podia" e mostra uma declaração das Finanças que apenas refere a atividade pela qual está coletado. "-E não o mandaram parar ao longo do trajeto?" pergunta o agente. "-Só na Figueira da Foz" responde. E foi para lá que foi recambiado...
Ao virar da esquina, há fila à porta de um hipermercado. Quanto à declaração que atesta estar a trabalhar, justifica: "-A minha contabilista disse-me que eu podia" e mostra uma declaração das Finanças que apenas refere a atividade pela qual está coletado. "-E não o mandaram parar ao longo do trajeto?" pergunta o agente. "-Só na Figueira da Foz" responde. E foi para lá que foi recambiado...
(Ilustração nossa. Extrato de publicação do Jornal de Notícias que pode ler na íntegra AQUI)
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