Nos anos 50 do século passado existiam vários fotógrafos ‘à la minuta’ espalhados pela praia da Figueira da Foz, pelo passeio em frente ao Grande Hotel e junto à Torre do Relógio, pois eram raros os banhistas que possuíam e traziam uma máquina fotográfica para a praia.
Eram mais de uma dezena, e em pleno verão ultrapassavam a vintena, carregando, para além “do caixote” (a pesada máquina fotográfica), um cavalinho de baloiço para os miúdos se sentarem, o cavalete e uns baldes com água e químicos para a revelação das fotografias a preto e branco. Não era fácil!
Tirada a fotografia com um ‘clique’ audível, o artista avisava: “-Òh, freguês, é só um minutinho!” – E toca de tirar o negativo na câmara escura, colocá-lo dentro de uma lata com o líquido revelador, passar depois a fotografia para outra lata com o líquido fixador, e depois passá-la também por um balde de água fria para a limpar dos químicos. Finalmente enxugava-se a foto com um pano… e pronto! Ali estava a foto “à la minuta” que demorou cinco… mas tudo bem, e quando a fotografia saía ficávamos todos contentes e mostrávamos a foto a toda a gente!
E então havia a imaginação para uns cenários espetaculares, normalmente incidindo sobre a terra: cavalinhos, cenários com imagens para meter as cabeças, etc. A foto - tirada em 1955, portanto há 60 anos - retrata duas crianças “a sobrevoar” o Forte de Sta. Catarina, e foi um trabalho do sr. Rodrigues que tinha uma barraca na praia junto à Torre do Relógio, e que era pai do figueirense e também fotógrafo Bino.
(Foto de Francisco Fonseca / Ilustração de Zé Carlos Cartoonista / Dados de Estela Santos e do autor)
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